Sunday, April 30, 2006

Inutilidade

Tem coisas que só a sobra de dinheiro e a falta de coisa melhor pra fazer podem produzir. Como a "Chocolate Fashion Show". Vestidos de chocolate são 100% inúteis, não se pode vesti-los nem comê-los.

Sobre as cenas de sexo em "Marcas da Violência"

Voltei para falar sobre as cenas de sexo no filme "Marcas da Violência". Fui bastante relapso no post anterior. Ou melhor, só queria colocar alguma coisinha no blog hoje, dar uma nota pro filme. Mas isto não justifica passar batido pelas duas boas cenas de sexo, considerando, é claro, serem do cinema médio americano.

Na primeira eles estão num quarto no sótão, um quarto de adolescente. A menina chega vestida de cheerleader, o rapaz a espera na cama com a camisa aberta, ela levanta a saia e mostra a calcinha. A menina sobe em cima dele fala alguma coisa engraçadinha. O rapaz depois vai pra cima dela e com a cabeça na altura das coxas dela puxa a calcinha e a tira, só a calcinha, sem tirar a saia. Os dois se movimentam até estarem numa posição de sessenta e nove. Fim da cena, afinal, poxa, é hollywood.

Eles a quem eu chamei de menina e rapaz, são na verdade marido e mulher, não são novos nem nada, caso você esteja imaginando assim. Na segunda sequência depois de uma briga ela sai da sala e começa a subir as escadas. Ele corre para as escadas e a agarra pelos tornolezos, a mulher se vira, reage um pouco, mas se rende e começa a beijá-lo. Eles fazem sexo ali, na escada.

Pronto. Missão cumprida. Mudei a nota do filme para B-, as cenas são B+.


Sobre "Marcas da Violência"

Com Viggo Mortessen no papel de um pacato pai de família numa pequena cidade, o filme se desenvolve depois dele matar dois bandidões que tentavam assaltar sua lanchonete. A partir daí vai se descobrindo sobre o passado do personagem que afinal não era tão pacífico. O ritmo do filme, duas cenas de sexo quente (que aliás valem a pena) e o passado sombreando o presente fazem lembrar o filme "A Última Ceia". Nota pro filme: B

Círculos

Na TV americana é notável a quantidade de comerciais de fast food e remédios. Perfeito para o capitalismo: Gasta-se para se adoecer, gasta-se para se curar.

Saturday, April 29, 2006

Inglês, espanhol, português

Acordei disposto a escrever sobre a polêmica gerada em torno do Hino Americano gravado em espanhol. O idealizador do "Nuestro Himno" (o nome também foi adaptado) é o britânico Adam Kidron. Ele diz que a nova versão é para aqueles imigrantes que ainda não sabem inglês já começarem a aprender os valores de liberdade dos Estados Unidos da América. Este assunto está bem naquela área embaçada onde muticulturalismo parece se contrapor a patriotismo. Eu, sinceramente, ainda não tenho uma opinião definida. Mas como o Sr. George Bush já se pronunciou contra, provavelmente eu vou me descobrir a favor. Mas deixei este assunto de idioma dos outros todo pra escanteio e me agarrei na saudade da minha língua materna. O lindo português, a última flor do Lácio!
Fui atrás de um poema que adoro que comporta a lindeza do nosso idioma falado. Procure recitá-lo, é bem gostoso:

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

Do paraibano Zé da Luz.

Friday, April 28, 2006

Pinga (ou a falta dela) e Hemingway

Estou parando de beber e lendo Hemingway. Na verdade: diminuindo. Parando é muito forte pra mim ainda. Mas o problema é que estou lendo "The Sun Also Rises" (E Agora Brilha o Sol). O livro é sobre a conhecida geração perdida de pós-primeira guerra. Sobre um grupo americano-britanico que inclui entre outros o protagonista Jake Barnes e sua amiga festeira Lady Ashley que estão na Europa. Além de irem a restaurantes em Paris e touradas na Espanha, eles vão aonde? A bares. Dão risadas, contam estórias, e bebem, e bebem. E eu aqui, tomando água. Será que é crise de abstinência e eu fico vendo pêlo em ovo? Mas mesmo que fosse outro livro dele, iria ficar do mesmo jeito imaginando ele de cara cheia com as bochechas rosadas. Que cousa! Melhor parar com isto e começar a ler Bukowski.

Receita para um filme de arte

Comece o filme pelo final com uma locução em off. Use qualquer língua que não seja o inglês. Acrescente um personagem deficiente mental, cego, mudo, surdo ou paraplégico. Faça o filme em preto e branco, cor só se for em pequenos detalhes. Escolha música clássica ou jazz para tocar a estória. Projete as cenas para se passarem vagarosamente. Coloque bastante violência explícita. E embale sua obra com um nome de fruta.

A vida real sem TV

Se voce está com a televisão ligada, desligue-a. Afinal estamos na Semana Internacional da TV Desligada. O site do grupo inglês promotor desta campanha traz as vantagens de viver sem televisão. Em 2003 passei uns bons oito meses sem TV em casa, e sim há vantagens várias.

Uma das primeiras coisas que as pessoas argumentam em defesa da TV são os telejornais para o famoso "manter-se informado". Pra início, notícias via televisão são geralmente as mais pasteurizadas e menos informativas. Depois, com a internet, algumas revistas e jornais sua obrigação de saber o que se passa pelo mundo está bem cumprida. Rebater o quesito entretenimento tambem não é difícil. Faça amigos. Uma única pessoa, qualquer pessoa, tem mais drama e comédia inatas que todas as novelas das seis, das sete e das oito somadas. Pra fechar, muita TV engorda. Não consigo pensar em nada que queime menos calorias que ficar sentado num sofá olhando para a telinha.

De volta as vantagens que eu percebi: Eu li bastante, malhei, fui muito ao cinema, passeei pela cidade, viajei e conheci pessoas interessantes... e outras nem tanto que só sabiam falar sobre novelas.

Thursday, April 27, 2006

Sobre o filme "Robots"

Sabe aqueles esquemas mirabolantes de, por exemplo, empurrar uma bola de sinuca, ela bater numa tostadeira e liga-la, o calor da tostadeira estourar um balão, o papagaio se assustar com o barulho e tentar voar puxando uma cordinha que finalmente liga a televisão? Então, o filme Robots, assitido ontem por mim, tem bastante disto. Acho inclusive que foi por aí que o roteirista do filme começou a criação. Desde como funciona o transporte público na Robot City até uma monstruosa fileira de dominós, é tudo alguma coisa empurrando ou puxando outra. Depois é claro, entraram os personagens sempre com tiradas engraçadas, umas musiquinhas no meio e um final feliz. Tudo muito bem acabado pelo que há de mais sofisticado em computação gráfica. Nota pro filme: B.

Imigração

De tudo que se vem falando sobre a imigração ilegal aos EUA, o comentário mais inteligente foi cunhado pelo apresentador e comediante da HBO, Bill Maher: "Como o governo americano pretende construir um muro de mais de 3000 quilômetros na fronteira dos EUA com o México sem a ajuda de mexicanos ilegais?".

Wednesday, April 26, 2006

Adivinha no que estou pensando?

Na revista Scientific American deste mês saiu um anúncio de uma máquina para ler a atividade cerebral. O artefato da empresa japonesa Hamamatsu se assemelha bastante com aqueles capacetes cheio de tubos e luzes que qualquer bom cientista estereotipado na TV e no cinema tem. O texto do anúncio explica que o leitor de atividade cerebral diferente dos que já existem por aí usa luz no lugar de radiação ou campos magnéticos, sendo assim mais seguro (se eles dizem nós acreditamos). O texto ainda entra em detalhes técnicos mas o mais interessante é o para que serve: Para saber se durante o expediente uma cabeça está ativamente trabalhando numa tarefa ou em estado de descanso. Putaqueopariu! Vai ver este será o verdadeiro Big Brother. Não uma câmera filmando as pessoas a todos momentos, mas algo que terá que ser usado no trabalho para ver se você está realmente elaborando uma planilha, ou simplesmente olhando para a tela do computador com o final de semana na praia em mente. Não me venha com esse papinho de ócio criativo!