Tuesday, October 31, 2006

É isso

Como ando trabalhando de monte, na frente do monitor toda hora, todo dia (mesmo, faz mais de um mês que não tenho um final de semana) chego em casa e blogar não me interessa.

Justificada minha ausência.

Sunday, October 08, 2006

Atenção: Este é um texto de auto-ajuda

Há muito tempo criei a lista de coisas que mereciam ser diluídas em ácido muriático. Um exemplo eram os adesivos dos cowboys urbanos que circulavam pregados nos pára-brisas dos carros por Curitiba. Lembram? Havia Os Cumpadis, Os Cumpanheiros, Os Amigos do Marcão (esse Marcão devia ser a bicha chefe do grupo). Acho que o nome que eu mais gostava, um exemplo supremo de criatividade e falta de noção era: Os Power Guidos. Bando de brocha!

Naquela lista havia algo que era casado com uma pessoa da lista de pessoas que mereciam ter todas as unhas do corpo arrancadas. Livros de Auto-Ajuda e o Dr. Lair Ribeiro. O cardiologista Lair Ribeiro foi por algum tempo o pai da auto-ajuda no Brasil. Ele ensinava um bando de gente, em palestra e através dos seus livros, a ter uma vida mais feliz, passar no vestibular, perder peso, curar burrice, estas coisas. Era um idiota, como seus admiradores, aqueles perdedores.

Pois bem, tudo isto para chegar no seguinte. Hoje estava passando o olho por uma série de blogs dos amigos do tempo da faculdade e pelos blogs que se acham por aí. E, olha só, um tema que está presente em todos eles é a auto-ajuda. Ou estou reclamando da vida (como este post) e esperando que meus leitores venham me dar um conselho que me faça sorrir. Ou estou dividindo minhas experiências que, esperançosamente, poderão ajudar outras pessoas a viverem melhor.

Conclusão: Será que tudo que se escreve, se pinta, se lê, se vê, se faz, não tem um pé na ciência da auto-ajuda? Será que Da Vinci queria fazer a bruaca da Monalisa se achar bonita? Será que Homero queria dizer que se você roubou a mulher do outro e causou uma guerra tudo bem? (Traduzindo para uma linguagem mas moderna, porém ainda poética: “Fica cool, bro. Os Deuses que tem culpa. Você é um produto do sistema.) ” Será que Kafka pregava que ser uma barata não leva a nada? Será que a Emília representava o lado boneca do Monteiro Lobato que não arranjava namorado porque era monocelha? Será que Bukowski era um bêbado? Será que Van Gogh era louco? Será que Orson Wells era viado? Será que Beethoven era surdo?

Minhas desculpas ao Lair Ribeiro que felizmente ainda tem todas as unhas dos dedos.