Saturday, January 13, 2007

Bagunçeiro com orgulho

O trecho de texto seguinte é do Pedro Doria, publicado no Nomínimo.

Publico, aqui, agora, por ser um bagunçeiro profissional desde que era pequeno. Eu sou realmente bom. Posso desarrumar um apartamento inteiro em poucos minutos. Eu ficava bravo e irritado quando diaristas arrumavam meu quarto. Todo o trabalho que tive tinha sido destruído.

O livro se chama A perfect mess: the hidden benefits of disorder – how crammed closets, cluttered offices, and on-the-fly planning make the world a better place. Carece de fôlego para ler, mas traduz-se mais ou menos assim: A bagunça perfeita; os benefícios escondidos da desordem – como armários entulhados, escritórios cheios de pilhas e planejamento em cima da hora fazem do mundo um lugar melhor.

Fazem mesmo.

Um trecho da resenha da Economist:

"O lobby da arrumação fala dos benefícios da organização mas não de seus custos. Um sistema de organização no qual os papéis importantes ficam próximos do teclado e o resto distribuído em pilhas mais ou menos desconexas não toma muito tempo para gerenciar. Guardar cada papel em uma categoria precisa, com códigos de cor separando pastas e um sistema de referências cruzadas tomará tempo. No fim, provavelmente não economiza o tempo perdido."

A tese dos autores vai além:

"Os autores do livro passam pela psicologia, estudos de gerência, biologia e física para mostrar porque um pouco de bagunça faz bem. Principalmente, ela cria mais espaço para coincidência e surpresas. Alexander Fleming descobriu a penicilina porque era notoriamente desorganizado e não limpou o prato de cultura, permitindo que esporos de fungos matassem bactérias. Ele comentou ácido ao visitar o laboratório impecável de um colega: ‘nenhum risco de criar mofo, aqui’."


Viram, pai e mãe? Eu sempre estive certo.

3 comments:

Anonymous said...

Bem, quando Benoit Maldelbrot, na década de sessenta, sugeriu que as coisas tendem ao caos, que a entropia do universo aumenta a tal ponto que a aparente harmonia dos corpos celestes terá um final caótico, ou "bagunçado", numa acepção mas entendível, calculou também, como bom matemático que era, que isso se dará daqui ha alguns bilhões de anos, portanto, não há necessidade de acelerarmos o processo. Os pais dos adolescentes bagunceiros têm razão em reclamar, não podemos e não devemos intervir na harmonia universal sob o risco de implodirmos tudo que existe.

Anonymous said...

Belo Blog. Parabéns.

Michele Torinelli said...

oi augusto! resolvi tirar uma tarde pra ficar na internet e me dar um tempo para ler seu blog. Confesso que ler na tela do computador nao é muito meu forte, mas gostei muito do seu blog, e me identifiquei muito com seu texto, concordo plenamente, apesar de que com alguns objetos, como livros e CDs eu me divirto deixando em ordem, até dividindo em ordem alfabética ou alguma ordem que para mim faça sentido. O que o amor nao faz...
Enfim, parabéns pelo trabalho!
Beijao da mi