Saturday, July 08, 2006

Vamos falar das poucas palavras que existem.

Comecemos com um exemplo clássico: A cadeira. Você sabe o que é uma cadeira. Na sua mente há um exemplo genérico desta coisa. Mas esta imagem não é uma fotografia fixa. Ela carrega subjetividade, flexibilidade. Uma cadeira de madeira leva ao mesmo arquivo mental que uma cadeira de plástico.

O mesmo raciocínio se aplica à banqueta, ao banco, ao assento, à poltrona, ao sofá.

Porém existe um objeto, uma cadeira com apoio para os braços, acolchoada, talvez com alguma inclinação, da qual não se sabe ao certo se é uma cadeira ou uma poltrona. Existe entre todos estes elementos citados, cadeira, sofá, banco, etc, objetos híbridos que não são só um nem só outro.

Imagine uma reta que vai da cadeira perfeita (que não deixa dúvidas de que é uma cadeira, que não tem nada nela que possa fazê-la se parecer com um outro tipo de assento, se é que tal coisa existe) até o sofá perfeito (sob as mesmas hipóteses). Agora imagine todas as palavras do mundo, em qualquer língua para definir um objeto onde se senta. Eu aposto todas as minhas fichas que há mais variações nas formas dos objetos do que palavras.

A quantidade de palavras é infinitamente menor que a quantidade de objetos no mundo.

Mas o mais importante nem é isso. Devemos considerar as idéias também.

A quantidade de objetos é infinitamente menor que a quantidade de idéias.

Exemplo prático: Na minha cabeça, neste momento, eu vejo um alienígina sentado numa wxztrkjhwwptg. Para definir uma wxztrkjhwwptg precisáriamos de todas as palavras usadas nas ciências da Terra e mais umas palavras que teríamos que inventar como hgtrfpzxt e jsrrrrnv ou tprnmwqprtqqs.

A aplicação prática desta bobagem toda é simples. Não se estressar em busca de sucesso, felicidade, amor. Estas palavras que estão tentando definir desde que mundo é mundo. Já tentaram explicar elas usando todas as palavras de todas as línguas de todos os tempos e mais wxztrkjhwwptg.

4 comments:

Anonymous said...

A propósito do assunto existe um conto de ficção científica, se não me engano Asimov ou do Ray Bradbury, cujo nome é "Todos os nomes de Deus" que, entre outras coisas, propõe que ao se escrever todos os nomes da divindade o universo se acabaria. É um bom conto e faz pensar, assim como o teu texto, parabéns!

Anonymous said...

A felicidade é muito relativa. para mim pode estar em ver a bela fumaça sair do meu cigarro, enquanto escuto Tim Maia Racional, com raios de sol entrando pela janela, deitado no sofá com uma pessoa que gosto muito.

Anonymous said...

na teoria do grande amigo tiagolho, ou Roliude, as coisas (objetos) não necessitam de nome. isso de denominar é uma besteira do ser humano.

Anonymous said...

na teoria do grande amigo tiagolho, ou Roliude, as coisas (objetos) não necessitam de nome. isso de denominar é uma besteira do ser humano.